
Diz uma lenda, que, outrora, houve uma conversa de três rios: o Guadiana, o Tejo e o Douro.
Aborrecidos de andar lá pelas montanhas, quiseram correr aventuras.
Combinaram, então, dormir um bom sono; o primeiro que despertasse chamaria os outros, partindo, então, todos os três para o mar.
Dito e feito! Deitaram-se a dormir.
O primeiro a acordar foi o Guadiana. Olhou para os outros e, por ter dó de os acordar, pôs-se a caminho sem chamar os vizinhos. Escolheu, portanto, o melhor caminho, como quem passeia por um jardim.
Acorda a seguir o Tejo: esfrega os olhos e avista ao longe, já na planície, o Guadiana a brincar com o sol, que o veste de ouro reluzente. Aflito, na ânsia de ganhar o tempo perdido, não escolhe caminho: atira-se pelas serras a baixo, salta pelas encostas lança-se dos penedos que lhe embaraçam a marcha. Para entrar em Portugal, onde o Guadiana passeava, salta num pulo as portas de Ródão.
Daí em diante corre deliciosamente deixando-se rolar na planície, ora charneca, ora várzea, até ao mar.
Acorda por fim o Douro. Furioso quer vingar-se.
Enquanto o Guadiana brilha ao sol como longa fita de aço e o Tejo anda ás curvas graciosas, em passo medido, ele, o Douro, salta calhaus, desde vales fundos; sem escolher caminho: fura serras e mais serras, salta tudo, despenha-se doidamente…
Pesquisa de: Ana Carolina
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